Vencedor 2008 - O Rastro do Jaguar, de Murilo Carvalho
A obra vencedora da primeira edição do Prémio Leya, em 2008, foi O Rastro do Jaguar, da autoria do brasileiro Murilo Carvalho.
Eleito de entre 448 romances recebidos a concurso, O Rastro do Jaguar convenceu o júri formado por Manuel Alegre (Presidente), Carlos Heitor Cony, José Carlos Seabra Pereira, Lourenço do Rosário, Nuno Júdice, Pepetela e Rita Chaves, representantes da intelectualidade, da escrita, do ensino universitário e da crítica literária de Portugal, Angola, Moçambique e Brasil.
O Rastro do Jaguar está publicado em Portugal desde Abril de 2009, numa versão de capa mole, e teve uma tiragem especial em capa dura. Em finais de 2009 chegou às livrarias brasileiras, numa edição da Leya Brasil. O livro está também publicado em Angola e Moçambique.
Em Outubro de 2008, após o Júri ter decidido o vencedor do Prémio LeYa, o jornalista e escritor brasileiro Murilo Carvalho foi surpreendido no meio da floresta amazónica, onde se encontrava em filmagens, com um telefonema de Lisboa informando-o que havia ganho os 100 mil euros do referido Prémio. No mesmo dia criou e enviou este vídeo.
Murilo Carvalho, vencedor do 1.º Prémio Leya, veio a Lisboa em Abril de 2009 e recebeu o troféu do prémio das mãos do Presidente da República, Prof. Anibal Cavaco Silva
Sobre O Rastro do Jaguar
Estamos no virar do século XIX em Congonhas do Campo. Pereira, um antigo jornalista de origem portuguesa, revisita as suas memórias, que percorrem todo o conturbado período da segunda metade do século. Através do relato da sua viagem, Pereira, que deixara Paris com o seu grande amigo e companheiro Pierre, leva-nos a conhecer o Brasil em guerra com o vizinho Paraguai, no período mais decisivo da sua história. Uma guerra sangrenta que o Brasil trava ao lado da Argentina e do Uruguai e que, para Pereira e Pierre, será o momento decisivo das suas vidas. É também a guerra pelo espaço vital das populações índias que, humilhadas pela acomodação forçada às regras e vivências dos colonos, tentam recuperar a sua Terra Mítica onde o Mal não existe. É ainda a guerra travada por Pierre para se definir a si mesmo: índio, como o seu povo, ou europeu, tal como foi criado? Levado em criança por Auguste de Saint’ Hillaire do Brasil para França, descobre, já adulto, nas feições de dois índios presos, a chave para as suas raízes nunca explicadas. Raízes que vai encontrar nesse cruzamento do Rio da Prata onde brasileiros e paraguaios morrem aos milhares e os índios guarani lutam por uma terra onde possam de novo viver livres e
Baseado em factos verídicos e personagens reais, O Rastro do Jaguar é um fresco dos intensos choques culturais e sociais que marcaram o século XIX e a relação dos europeus com as suas antigas colónias agora independentes.
Sobre Murilo Carvalho
MURILO António CARVALHO é natural de Carvalhópolis, Minas Gerais, Brasil. Tem 60 anos e é jornalista. Mais recentemente tem-se dedicado à realização de documentários televisivos na área ambiental.
Jornalista, escritor, repórter e realizador de TV, Murilo é o repórter responsável pela realização do programa “Siga Bem Caminhoneiro”, que vai para o ar semanalmente no canal SBT, em rede nacional, há 15 anos no ar. É, igualmente, responsável pelo programa Rádio Caminhoneiro, com Sérgio Reis, transmitido por uma rede de 190 emissoras no Brasil, há 16 anos. É, também, autor do programa Rádio Atitude, com Ana Maria Braga e Louro José.
Foi redactor e criador de roteiros de anúncios publicitários para a empresa McCann-Ericson Publicidade, em São Paulo, tendo igualmente sido repórter especial do jornal Movimento, responsável pela secção Cenas Brasileiras (1975/1980), e editor de Agropecuária da Folha de São Paulo, de
Nos anos 80 foi director dos programas Agrojornal e Diário Rural, na TV Bandeirantes, em rede nacional de 1986-2004. Foi também consultor da Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, e editor executivo das publicações rurais e de agroecologia da Editora Abril.
Nas áreas de cinema e TV, Murilo Carvalho foi guionista do filme de longa-metragem Fronteira das Almas, dirigido por Hermano Penna, Prémio de melhor roteiro no Festival Internacional de Cinema do Rio de Janeiro. Murilo foi ainda guionista e realizador dos seguintes documentários/reportagens: Pancararé, os índios do deserto, a história dos Pancararé, um grupo indígena que se adaptou à vida do deserto do Raso da Catarina, na Bahia e sua recomposição como nação; Do Oiapoque ao Chui – A rota dos caminhoneiros pelo Brasil; As grandes rotas da Europa, uma série de documentários sobre as estradas europeias e o transporte de carga; As montanhas de mármore, um documentário sobre a produção de mármore em Carrara, na Itália e Dos Fenícios ao povo de La Cerva, sobre a irrigação através dos tempos na região desértica de Múrcia, em Espanha. Foi guionista e realizador do documentário Plantas do Pantanal, produzido em parceria com a Embrapa - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária.