É absolutamente invulgar, ao nível mundial, o que tem acontecido em torno deste livro. Se já era um fenómeno depois de ter vencido o Prémio LeYa (2018), o Prémio Jabuti (2020), o Prémio Oceanos (2020) e o Prémio Montluc Resistance et Liberté (2024), para além de ter sido finalista do Booker Internacional Prize (2024) e nomeado para o Dublin Literary Prize (2024), o romance de Itamar Vieira Junior viu esse estatuto ser ainda mais reforçado quando, no ano passado, foi adaptado ao teatro, numa peça que percorreu os palcos de vários países da Europa, e deu origem a um musical, que vai poder ser visto, para já, em todo o Brasil.

Publicado até ao momento em 29 países, do Azerbaijão à China, do Japão ao Sri Lanka, da Coreia à Ucrânia, Torto Arado, que também foi incluído na lista dos 200 livros mais importantes para compreendermos a história do Brasil, é cada vez mais uma história universal.

Numa trama tecida de segredos antigos que têm quase sempre mulheres por protagonistas, entre as quais imediatamente sobressaem as irmãs Bibiana e Belonísia, e à sombra de desigualdades que se estendem até hoje no Brasil, Torto Arado é um romance que conta uma história de vida e morte, combate e redenção, de personagens que atravessaram o tempo sem nunca conseguirem sair do anonimato.

Itamar Vieira Junior nasceu em Salvador da Bahia, no Brasil.
É geógrafo e doutor em Estudos Étnicos e Africanos, com pesquisa sobre a formação de comunidades quilombolas no interior do Nordeste brasileiro.
Em Portugal, para além de Torto Arado e do livro de contos Doramar ou a Odisseia, está igualmente publicado o romance Salvar o Fogo.