17 abril 2025
O PEN América atribuiu este importante prémio ao autor moçambicano pelo conjunto da sua obra. Romances como Terra Sonâmbula (1992) e, mais recentemente, a trilogia As Areias do Imperador (2015, 2016 e 2018), selecionada para o Prémio Booker Internacional, fazem de Mia Couto um nome incontornável na literatura internacional.
Na opinião do júri do prémio, Mia Couto é “um testemunho da dramática história da sua pátria”, bem como dos enigmas da identidade e da existência. O autor moçambicano, que escreve em português, ocupa “uma posição singular no panorama das literaturas africana e mundial”, acrescentou, ainda, o júri.
É com enorme orgulho que a LeYa/Caminho felicitam o autor por esta merecida distinção! Parabéns, Mia Couto!
Pois lhe digo, minha Dona. É uma pena a senhora andar por aí fatigando seus olhos pelo mundo. Devia era, logo de manhã, passar um sonho pelo rosto. É isso que impede o tempo e atrasa a ruga. Sabe o que se faz? Estende-se aí na areia, oblonga-se deitadinha, estica a alma na diagonal. Depois, fica assim, caladita, rentinha ao chão, até sentir a terra se enamorar de si. Digo-lhe, Dona: quando ficamos calados, igual a uma pedra, acabamos por escutar os sotaques da terra.
Mia Couto, in Mar me quer
O Autor
Mia Couto nasceu na Beira, Moçambique, em 1955. Foi jornalista e professor, e é, atualmente, biólogo e escritor. Está traduzido em diversas línguas. Entre outros prémios e distinções (de que se destaca a nomeação, por um júri criado para o efeito pela Feira Internacional do Livro do Zimbabwe, de Terra Sonâmbula como um dos doze melhores livros africanos do século XX), foi galardoado, pelo conjunto da sua já vasta obra, com o Prémio Vergílio Ferreira 1999 e com o Prémio União Latina de Literaturas Românicas 2007.
Ainda em 2007, Mia foi distinguido com o Prémio Passo Fundo Zaffari & Bourbon de Literatura pelo seu romance O Outro Pé da Sereia. Jesusalém foi considerado um dos 20 livros de ficção mais importantes da rentrée literária francesa por um júri da estação radiofónica France Culture e da revista Télérama. Em 2011 venceu o Prémio Eduardo Lourenço, que se destina a premiar o forte contributo de Mia Couto para o desenvolvimento da língua portuguesa.
Em 2013, foi galardoado com o Prémio Camões e com o prémio norte-americano Neustadt. Em 2015, foi finalista do The Man Booker Prize. O seu livro Compêndio Para Desenterrar Nuvens ganhou o Grande Prémio do Conto Branquinho da Fonseca APE | Câmara Municipal de Cascais | Fundação D. Luís I, 2023. Já em 2024, obteve o Prémio Feira Internacional do Livro de Guadalajara (México).
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